10 obras de arte que nos lembram como é bom estar em casa
Quantos de nós desejam, todos os
dias, ter mais tempo para estar em casa? Agora que o temos de sobra devido ao
surto de Covid-19, mal podemos esperar para sair à rua de novo. E se nunca foi
tão fácil estar entretido dentro de portas, a ausência de rotina pode tornar
esta quarentena penosa. Por isso, reunimos dez obras de arte que mostram como o
interior pode ser um lugar de conforto e lazer. Nelas, vemos atividades
rotineiras como estrelar ovos ou ver o mundo pela janela, passatempos como
tocar piano ou trocar cartas ou detalhes preciosos como o raio de sol que
preenche uma sala vazia. Aproveite e veja como é bom estar em casa.
Old Woman Frying Eggs, Diego
Velázquez (1618)
É um dos primeiros trabalhos de Diego Velázquez, um dos mais importantes pintores do Século de Ouro Espanhol e artista principal da corte do rei Filipe IV. Na fase inicial da sua pintura, retrata figuras da plebe como a que se vê nesta imagem e recorre à sua família como modelo. Este quadro, de um realismo impressionante, está na Galeria Nacional da Escócia, em Edimburgo.
Jan Steen, renomado pintor holandês do século XVII, representou, sobretudo, cenas da vida quotidiana que, de tão animadas, parecem caóticas. Esta obra é uma excepção na sua produção artística e mostra uma mulher numa cena de intimidade. Adquirida pelo rei George IV de Inglaterra, em 1821, integra a colecção da família real inglesa e está no Palácio de Buckingham, em Londres.
Woman in Blue Reading a Letter, Johannes Vermeer (1663-64)
Foi o primeiro quadro de Johannes Vermeer a ser comprado pelo Rikjsmuseum, em Amesterdão, e é um de vários retratos que o mestre holandês fez da figura feminina em contexto doméstico. Neste caso, vemos uma mulher que lê uma carta, presumivelmente do seu amado, na calma da luz matinal.
Esta pintura foi encomendada a Renoir pelo governo francês, em 1891, para o Musée du Luxembourg, um novo museu parisiense que seria dedicado à obra de artistas vivos. Como sabia que o esperava um escrutínio maior do que o habitual, aperfeiçoou incansavelmente a tela, desenvolvendo-a numa série de cinco versões. A obra está no Musée d'Orsay e no Musée de l'Orangerie, em Paris, e no Met, em Nova Iorque.
Vase with Poppies, Vincent van Gogh (1886)
Van Gogh notabilizou-se pelas
deslumbrantes paisagens naturais que pincelou a azul e amarelo. Curiosamente,
uma das suas obras mais populares, Sunflowers (1888), passa-se no interior. Mas
os girassóis não foram as únicas flores que pintou. As papoilas também dão o ar
da sua graça nesta obra, autenticada pelo Museu Van Gogh em 2019 e pertencente
ao Wadsworth Atheneum, nos Estados Unidos.
Autor de The Scream (1893), uma das imagens mais emblemáticas da história da arte, Edvard Munch criou um estilo muito próprio, ancorado no esboço dos seus estados emocionais e psicológicos. Entre os seus trabalhos, constam alguns nus, como o da imagem, que mostra uma mulher acabada de acordar. A tela está no Bergen Kunstmuseum, na Noruega.
Produzido durante os anos de
formação de Salvador Dalí, que viria a notabilizar-se pelo trabalho
surrealista, este quadro mostra uma jovem à janela, olhando o rio de Cadaqués,
em Girona. Os especialistas acreditam que a figura retratada é Ana Maria, a
irmã do pintor, de quem era muito próximo. A obra está exposta no Museu Rainha
Sofia, em Madrid.
Sun in an Empty Room, Edward Hopper (1963)
Esta foi uma das últimas pinturas
de Edward Hopper, artista norte-americano cuja obra é dominada pela solidão
presente na vida moderna americana. Este é um exemplo do tratamento primordial
que dá à luz na fase final da sua vida e obra. E, se ela pode ser vista como
evidência do vazio, também pode ser o meio de lhe dar vida. A pintura está,
actualmente, numa colecção privada.
Roy Lichtenstein, um dos nomes
mais sonantes da Pop Art, produziu uma série de retratos de mulheres nos anos
1960, com base na estética da banda desenhada. Este, em particular, foi baseado
num painel de Girls' Romances, BD publicada pela DC Comics em 1964. Em 2012,
foi arrematada por 44,8 milhões de dólares num leilão da Sotheby's.
David Hockey, que em 2018 se
tornou no artista vivo mais caro com a tela Portrait of an Artist (Pool with
Two Figures), vendida por 90,3 milhões de dólares num leilão da Christie's,
pintou este retrato dos pais com muito azul e muita luz, elementos familiares
na sua obra. De uma precisão quase fotográfica, a pintura pode ser vista no
Tate Britain, em Londres.
Por Maria Monteiro - www.timeout.pt