A Dama do Vermelho


E de todas as outras cores, assim como das formas e do movimento.

Tomie Ohtake chegou ao Brasil aos 23 anos, com a desculpa de visitar seu irmão, e porque também queria um tempo extra antes do casamento que já estava sendo cogitado no Japão.
Com a guerra não voltou mais, conheceu Ushio Ohtake, também japonês, com quem se casou e teve os filhos Ruy e Ricardo, apenas com eles já crescidos, aos 39 anos é que começou a trabalhar.
Não parou mais!
Foram mais de 60 anos de trabalho dedicado à arte.  Pinturas, gravuras, xilografias, esculturas e monumentos públicos, que carregam a marca delicada e impactante de suas formas e cores.

Começou com a arte figurativa, mas o abstrato se tornou sua marca.

Aos 100 anos de idade pediu ao filho que colocasse sua cama no atelier, para poder trabalhar assim que acordasse...e assim o fazia! Trabalhava com peças pequenas, moldava suas formas, imprimia-lhes movimento para que fossem reproduzidas mais tarde  em escalas maiores.
Alegria, liberdade, leveza, força e movimento foram transmitidas por essa dama que deixa o Brasil órfão do seu talento e também de tantos exemplos!

Seu corpo está sendo velado hoje, sexta feira 13/02/2015 no Instituto que leva seu nome em São Paulo.
Rua Coropés, 88 - Pinheiros - São Paulo


Nana